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Foto do escritorEdrin Vicente

Quando podemos identificar se o paciente irá responder à EMT?

Atualizado: 28 de mai.

Estudo publicado em Março de 2024 a partir de análise de resposta de 7215 pacientes sugere atualizar o critério habitual que se baseia na resposta após 10 sessões.


Entre pacientes com depressão resistente ao tratamento, cada nova exposição prolongada a um tratamento ineficaz produz mais desesperança, desmoralização e pode mesmo levar a fenômenos de tolerância com base biológica (J Clin Psychiatry 2003). Desistir precocemente, no entanto, pode ser ainda mais danoso caso se abandone um tratamento que teria sucesso com sua extensão.


Daí a importância de se estudar o melhor momento e o critério para essa tomada de decisão.


No tratamento medicamentoso (J Clin Psychiatry 2011, n=811), habitualmente se considera que é momento de mudar de tratamento apenas após 8 semanas, já que cerca de metade dos respondedores tem um perfil de resposta mais lento, com melhora a partir de 3 semanas.


No tratamento com EMT, a prática habitual é avaliar o grau de resposta já com 2 semanas, considerando uma mudança de estratégia caso a redução no escore de sintomas seja inferior a 20% (Feffer 2018, n=101, 20 sessões, DMPFC; Mirman 2022, n=329, 30 sessões; Mondino 2020, n=92, 30 sessões), porém esses estudos incluíram populações com altas taxas de ausência de resposta ou perídos mais curtos de tratamento.


Com base na análise de um grupo de 7215 pacientes tratados em mais de 100 clínicas privadas, onde ficou também evidente que a extensão de tratamento além de 6 semanas aumenta a taxa de resposta à EMT, o grupo de Sackeim e Scott Aaronson observou que um critério similar ao critério de 20% (redução de 24% no PHQ9 com 10 sessões) deixa de capturar mais de metade dos pacientes que, ao final do regime, seriam classificados como respondedores (com melhora acima de 50%).


Ao usar como critério o grau de redução da escala PHQ9 que estava associado a menos de 10% de falso positivo (falsos "não-respondedores"), observaram que, na avaliação com 10 sessões, seria necessário exigir não mais que 3.7% de redução de escore para identificar os não-respondedores. Já com 20 sessões, uma redução inferior a 18.75% já foi suficiente para alcançar esse critério (deixando de identificar apenas 10% dos não-respondedores).



Em resumo: sugerimos que avaliem o grau de resposta com a PHQ-9 (disponível na plataforma KandelScreen) após 20 sessões de tratamento antes de considerar que o paciente não responde à TMS, mas notem que no grupo de pacientes tratado por 36 semanas, cerca de 30% receberam TMS bilateral e o estudo não discrimina entre os que que receberam TMS bilateral sequencial (na mesma sessão) dos que mudaram de estratégia ao longo da indução (com alvo inicial à esquerda e mudança para à direita ou vice-versa), portanto entendo que ainda resta dúvida quanto ao melhor critério e momento para mudar de estratégia em relação ao alvo de TMS.


O grupo tratado por mais de 36 semanas recebeu maior número de pulsos por sessão e com mais frequência fez tratamento bilateral


 

Referências:


  1. Sackeim HA, Aaronson ST, Carpenter LL, Hutton TM, Pages K, Lucas L, Chen B. When to hold and when to fold: Early prediction of nonresponse to transcranial magnetic stimulation in major depressive disorder. Brain Stimul. 2024 Mar-Apr;17(2):272-282. doi: 10.1016/j.brs.2024.02.019. Epub 2024 Mar 6. PMID: 38458381.




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