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Exemplo da importância do registro livre de EMG na MNIO com risco medular

Atualizado: 15 de fev

A ocorrência de descargas miográfica geradas por insulto medular (SED - SUPRASEGMENTALLY GENERATED EMG DISCHARGES) já foi estudada em profundidade por Skinner ao menos desde 2005, mas ainda hoje alguns não dão a devida atenção ao registro livre de miografia como ferramenta de monitorização de insultos medulares.


Além de documentar o fenômeno durante cirurgias medulares, Skinner demonstrou em modelos porcinos que uma variedade de insultos mecânicos e também térmicos induzem descargas miográficas.


Em humanos, além de sistematizar uma gradação das descargas (Clin Neurophysiol 2009), demonstrou que eletrodos de superfície são insuficientes para detectá-las (J Clin Monit 2008).


Abaixo segue vídeo onde gravei "SEDs" de grau 4 durante manipulação medular. Logo após esse evento foram feitos MEPs e documentada queda de mais de 80% na amplitude e o paciente manifestou novo déficit no pós-operatório.


O vídeo serve como um alerta para manter olhos e ouvidos atentos e ligar o som da miografia nas fases de maior risco.





Gradação de SEDs proposta por Skinner


Slide de aula de Skinner que assisti em 2014 (ACNS Fall Meeting, Boston)

Uma nota importante: Embora eletrodos de superfície possam falhar em detectar SEDs, estudo publicado em 2023 (Nerface II), com base em 210 cirurgias, examinou sua sensibilidade para detecção de alertas em monitorização de medula espinal e concluiu que são equivalentes a eletrodos de agulha subdérmica nesse quesito, apesar de registrarem resposta com amplitude e área significativamente menor (Nerface I).


Nos estudos Nerface não foi mencionada a limitação de eletrodos de superfície na detecção de SEDs.


Apenas comentaram, ao discutir limitações do estudo, que a conclusão foi baseada em registros no tibial anterior e recomendaram cautela ao extrapolar os dados para outras captações. Mencionaram a importância de registro de descargas espontâneas com agulhas apenas quando há necessidade de monitorização de motoneurônio inferior: "Lastly, for lower motor neuron monitoring, it is probably advisable to record mTc-MEPs with intramuscular needles to be able to detect myotonic discharges."



 

Referências:


1. Skinner SA, Nagib M, Bergman TA, Maxwell RE, Msangi G. The initial use of free-running electromyography to detect early motor tract injury during resection of intramedullary spinal cord lesions. Neurosurgery. 2005 Apr;56(2 Suppl):299-314; discussion 299-314. doi: 10.1227/01.neu.0000156545.33814.8d. PMID: 15794827.


2. Skinner SA, Transfeldt EE, Mehbod AA, Mullan JC, Perra JH. Electromyography detects mechanically-induced suprasegmental spinal motor tract injury: review of decompression at spinal cord level. Clin Neurophysiol. 2009 Apr;120(4):754-64. doi: 10.1016/j.clinph.2008.11.030. Epub 2009 Mar 10. PMID: 19278900.


3. Skinner SA, Transfeldt EE. Electromyography in the detection of mechanically induced spinal motor tract injury: observations in diverse porcine models. J Neurosurg Spine. 2009 Sep;11(3):369-74. doi: 10.3171/2009.3.SPINE08881. PMID: 19769522.


4. Gadella MC, Dulfer SE, Absalom AR, Lange F, Scholtens-Henzen CHM, Groen RJM, Wapstra FH, Faber C, Tamási K, Sahinovic MM, Drost G. Comparing Motor-Evoked Potential Characteristics of NEedle versus suRFACE Recording Electrodes during Spinal Cord Monitoring-The NERFACE Study Part I. J Clin Med. 2023 Feb 10;12(4):1404. doi: 10.3390/jcm12041404. PMID: 36835940; PMCID: PMC9965447.


5. Dulfer SE, Gadella MC, Tamási K, Absalom AR, Lange F, Scholtens-Henzen CHM, Faber C, Wapstra FH, Groen RJM, Sahinovic MM, Ulkatan S, Drost G. Use of NEedle Versus suRFACE Recording Electrodes for Detection of Intraoperative Motor Warnings: A Non-Inferiority Trial. The NERFACE Study Part II. J Clin Med. 2023 Feb 22;12(5):1753. doi: 10.3390/jcm12051753. PMID: 36902539; PMCID: PMC10003423.




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